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terça-feira, 1 de março de 2011

Alceu Valença

Solidão


A solidão é fera
A solidão devora
É amiga das horas
Prima-irmã do tempo
E faz nossos relógios
Caminharem lentos
Causando um descompasso
No meu coração
A solidão dos astros
A solidão da lua
A solidão da noite
A solidão da rua

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Zizi Possi

Noite



Eu fico quieta, não canto
Penso, medito e me espanto
A vida dá voltas, mistérios
O que é que eu vou fazer?

Sozinha num quarto fechado
Eu vejo a cidade ao longe
Procuro alguém que se esconde
Por onde começar?

Noite, há horas te espero
E você não chega, ai meu coração
Fogo aceso, corpo paixão
Sou toda explosão

Compositor: Nico Resende – Jorge Salomão


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Legião Urbana

Há Tempos


Parece cocaína mas é só tristeza, talvez tua cidade.
Muitos temores nascem do cansaço e da solidão
E o descompasso e o desperdício herdeiros são
Agora da virtude que perdemos.

Há tempos tive um sonho, não me lembro
não me lembro...

Tua tristeza é tão exata
E hoje o dia é tão bonito
Já estamos acostumados
A não termos mais nem isso.

Os sonhos vêm e os sonhos vão
O resto é imperfeito.

Disseste que se tua voz tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira.

E há tempos nem os santos têm ao certo
A medida da maldade
Há tempos são os jovens que adoecem
Há tempos o encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos
E só o acaso estende os braços
A quem procura abrigo e proteção.

Meu amor, disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem
Lá em casa tem um poço
mas a água é muito limpa.

Composição: Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonfá

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Barão Vermelho

Down em mim



Eu não sei o que o meu corpo abriga
Nestas noites quentes de verão
E nem me importa que mil raios partam
Qualquer sentido vago de razão
Eu ando tão down
Eu ando tão down
Outra vez vou te cantar, vou te gritar
Te rebocar do bar
E as paredes do meu quarto vão assistir comigo
À versão nova de uma velha história
E quando o sol vier socar minha cara
Com certeza você já foi embora
Eu ando tão down
Eu ando tão down
Outra vez vou te esquecer
Pois nestas horas pega mal sofrer
Da privada eu vou dar com a minha cara
De panaca pintada no espelho
E me lembrar, sorrindo, que o banheiro
É a igreja de todos os bêbados
Eu ando tão down
Eu ando tão down
Eu ando tão down
Down... down

Composição: Frejat/Cazuza

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Taiguara

Hoje


Hoje
Trago em meu corpo as marcas do meu tempo
Meu desespero, a vida num momento
A fossa, a fome, a flor, o fim do mundo...

Hoje
Trago no olhar imagens distorcidas
Cores, viagens, mãos desconhecidas
Trazem a lua, a rua às minhas mãos,

Mas hoje,
As minhas mãos enfraquecidas e vazias
Procuram nuas pelas luas, pelas ruas...
Na solidão das noites frias por você.

Hoje
Homens sem medo aportam no futuro
Eu tenho medo acordo e te procuro
Meu quarto escuro é inerte como a morte

Hoje
Homens de aço esperam da ciência
Eu desespero e abraço a tua ausência
Que é o que me resta, vivo em minha sorte

Sorte
Eu não queria a juventude assim perdida
Eu não queria andar morrendo pela vida
Eu não queria amar assim como eu te amei.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Madredeus

Ao Crepúsculo - Onde é que está o meu Amor?


O tempo parou
E nada mudou
E a noite caiu
E a lua sorriu
E o fogo acendeu
E a porta bateu
E o tempo passou
E o amor não voltou
Onde é que está o meu amor
O meu amor onde é que foi
Alguém me diga por favor
Onde é que foi o meu amor
Amor, amor, amor, amor
Onde é que está o meu amor
O meu amor, o meu amor
O meu amor onde é que foi
E o amor não voltou
E o tempo passou
E a porta bateu
E o fogo acendeu
E a lua sorriu
E a noite caiu
E nada mudou
E o tempo parou

Composição: Pedro Ayres Magalhães

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Lágrimas e Chuva


Eu perco o sono e choro
Sei que quase desespero
Mas não sei por que
A noite é muito longa
Eu sou capaz de certas coisas
Que eu não quis fazer

Será que alguma coisa
Nisso tudo faz sentido
A vida é sempre um risco
Eu tenho medo do perigo

Lágrimas e chuva
Molham o vidro da janela
Mas ninguém me vê
O mundo é muito injusto
Eu dou plantão dos meus problemas
Que eu quero esquecer
Será que existe alguém
Ou algum motivo importante
Que justifique a vida
Ou pelo menos esse instante

Eu vou contando as horas
E fico ouvindo passos
Quem sabe o fim da história
De mil e uma noites
De suspense no meu quarto

Composição: George Israel/Bruno Fortunato/Leoni

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Canção do Mar

Uns preferem Amália Rodrigues, outros Dulce Pontes... não importa.
O que importa é que a canção é linda!


Fui bailar no meu batel
Além do mar cruel
E o mar bramindo
Diz que eu fui roubar
A luz sem par
Do teu olhar tão lindo.

Vem saber
Se o mar terá razão
Vem cá ver
Bailar meu coração.

Se eu bailar no meu batel
Não vou ao mar cruel
E nem lhe digo aonde eu fui cantar
Sorrir, bailar, viver, sonhar contigo.

Vem saber
Se o mar terá razão
Vem cá ver
Bailar meu coração.

Se eu bailar no meu batel
Não vou ao mar cruel
E nem lhe digo aonde eu fui cantar
Sorrir, bailar, viver, sonhar contigo.

P.S. - Eu prefiro Dulce Pontes.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Matanza

Eu Não Gosto de Ninguém



                         Não me faça nem um favor.
                         Não espere nada de mim.
                         Não me fale seja o que for.
                         Sinto muito que seja assim.

                         Como se fizesse diferença o que você acha ruim.
                         Como se eu tivesse prometido alguma coisa pra você.
                         Eu nunca disse que faria o que é direito,
                         não se conserta o que já nasce com defeito

                         Não tem jeito não há nada a se fazer

                         Mesmo que eu pudesse controlar a minha raiva,
                         mesmo que eu quisesse conviver com a minha dor,
                         nada sairia do lugar que já estava
                         não seria nada diferente do que sou.

                         Não quero que me veja
                         Não quero que me chame
                         Não quero que me diga
                         Não quero que reclame

                         Eu espero que você entenda bem:
                         Eu não gosto de ninguém!


Chico Buarque

Pedaço De Mim
(Para mim, a maior definição de saudade na Língua Portuguesa)


Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
                              Adeus                                                

Chico Buarque

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Renato Russo


Clarice



Estou cansado de ser vilipendiado, incompreendido e descartado.
Quem diz que me entende nunca quis saber;
Aquele menino foi internado numa clínica;
Dizem que por falta de atenção dos amigos, das lembranças, dos sonhos que se configuram tristes e inertes.
Como uma ampulheta imóvel, não se mexe, não se move, não trabalha.
E Clarice está trancada no banheiro, e faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete.
Deitada no canto, seus tornozelos sangram, e a dor é menor do que parece.
Quando ela se corta ela esquece que é impossível ter da vida calma e força.
Viver em dor, o que ninguém entende;
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer.
Uma de suas amigas já se foi.
Quando mais uma ocorrência policial.
Ninguém entende,
Não me olhe assim com este semblante de bom-samaritano cumprindo seu dever, como se eu fosse doente, como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente.
Nada existe para mim.
Não tente, você não sabe e não entende.
E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito, Clarice sabe que a loucura está presente, e sente a essência estranha do que é a morte.
Mas esse vazio ela conhece muito bem.
De quando em quando é um novo tratamento.
Mas o mundo continua sempre o mesmo.
O medo de voltar pra casa à noite, os homens que se esfregam nojentos, no caminho de ida e volta da escola.
A falta de esperança e o tormento de saber que nada é justo e pouco é certo.
E que estamos destruindo o futuro, e que a maldade anda sempre aqui por perto.
A violência e a injustiça que existe contra todas as meninas e mulheres.
Um mundo onde a verdade é o avesso e a alegria já não tem mais endereço.
Clarice está trancada em seu quarto com seus discos e livros, seu descanso.
Eu sou um pássaro. Me trancam na gaiola e esperam que eu cante como antes.
Eu sou um pássaro... me trancam na gaiola, mas um dia eu consigo existir e vou voar pelo caminho mais bonito.
Clarice só tem 14 anos.
Renato Russo